Veja por que o número de acertos não determina a nota final
Você sabia que dois alunos que acertarem exatamente o mesmo número de questões no Enem podem tirar notas diferentes? É isso mesmo. Apenas saber a quantidade de questões que acertou no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) não é o bastante para que o candidato adivinhe como seu desempenho será avaliado na nota final. Por isso, mesmo com a divulgação do gabarito oficial, será preciso esperar as notas individuais, que serão divulgadas em 16 de janeiro do próximo ano.
Como é a calculada a nota
Cada questão pode ter um peso diferente a depender das outras questões que o candidato acertou ou errou. Ou seja, a nota final não é simplesmente a soma do número absoluto de acertos.
A explicação é que, se alguém acerta as questões mais difíceis, mas erra aquelas consideradas fáceis, isso pode ser indicativo de que as mais difíceis foram acertadas no "chute". Por isso, o sistema de correção vai atribuir uma nota inferior à de um estudante que acertou as fáceis mas errou as mais complexas.
O que faz com que o cálculo da nota seja desta forma é a Teoria de Resposta ao Item (TRI), o método de correção utilizado no Enem. A TRI prioriza o desempenho que for coerente.
Com esse artifício contra os chamados "chutes", a TRI beneficia o aluno que realmente se preparou para o exame. O método também possibilita a comparação entre candidatos que tenham feito diferentes edições do exame e torna mais improvável que dois concorrentes tirem exatamente a mesma nota, já que o resultado final é divulgado com duas casas decimais.
No Enem, o que determina as notas máximas e mínimas (ao invés de simplemente estabelecer 0 e 1.000) é o grau de dificuldade das perguntas de cada edição do exame. Por exemplo, no Enem de 2022, a nota máxima na prova de Linguagens foi 801,00 e a mínima 269,90. Isso quer dizer que os alunos que acertaram todas as questões não ficaram com nota 1.000, e quem errou tudo não tirou um zero.